segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Conceitos interessantes - Tecnopólo

Tecnopólo é um centro tecnológico que reune, num mesmo lugar, diversas atividadesde pesquisa e desenvolvimento (P&D), em áreas de alta tecnologia, como institutos ecentros de pesquisa, empresas e universidades, que facilitam os contatos pessoais einstitucionais entre esses meios, produzindo uma economia de aglomeração ou deconcentração espacial do desenvolvimento tecnológico.
As antigas áreas industriais caracterizadas pela indústria de base - associada arecursos naturais (carvão mineral, minério de ferro), empregadora de numerosa mão-de-obra não-qualificada e cuja paisagem é a chaminé poluidora- estão cedendo lugar aos tecnopólos, caracterizados pelas indústrias avançadas, de ponta. Estes sãoassociados a grandes centros universitários de pesquisa, fornecedores de mão-de-obra altamente qualificada - formada pelos chamados "cérebros" (cientistas) - emarcados por uma paisagem constituída pelos edifícios "inteligentes".
Nesse novo contexto, os centros industriais têm por base a produtividade e,consequentemente, a competitividade e a lucratividade.Entretanto, a transformação mais significativa se refere à globalização daindústria: as transnacionais se instalam em vários locais diferentes e complementamsuas produções. Um exemplo é a indústria automobilística: os diversos componentessão fabricados em diferentes locais e montados em uma determinada indústria. Essanova lógica da localização industrial tem provocado a descontinuidade geográfica, adescentralização industrial, ou seja, a fabricação articulada em redes globais, que seorganizam em torno de fluxos de informação.
Países nos quais os tecnopólos estão inseridos: EUA (Califórnia, Texas, NovaInglaterra), Japão, Tigres Asiáticos (Coréia do Sul, Taiwan (ou Formosa), Cingapura eHong Kong), China, Inglaterra, Alemanha, França, Itália e, mais recentemente, nosnovos países industrializados, como Índia e Brasil.
 

Vale do silício

O vale do sílicio - originalmente Silicon Valley -, está situado na Califórnia, Estados Unidos. Nesta região foram criadas as mais importantes empresas de tecnologia da informação, como por exemplo Google, Apple Inc., Facebook, Yahoo, Intel, entre outras.
O vale teve seu início no ano de 1950, impulsionado pela corrida armamentista, durante a Guerra Fria. Na época, as indústrias eletrônicas ali instaladas foram as fornecedoras de todo material necessário para a produção de armas e construção de aviões de caça.
Esta região é conhecida como uma das maiores aglomerações de empresas com domínio de tecnologia de ponta do mundo. Tal característica resulta da facilidade de financiamento, que provém do Startups Companies.
Conhecido por ser a Meca da inovação e possuir uma geografia privilegiada, o Vale do Silício hoje não poupa esforços nos quesitos da reinvenção e viabilização de novas ideias, as quais exigem muito conhecimento e investimento.
 

 

Concentração e desconcentração industrial no Brasil



Quanto à distribuição espacial da indústria, o que se verifica é uma grande concentração de estabelecimentos na região Sudeste. A concentração industrial na região Sudeste e, sobretudo, no Estado de São Paulo, deve-se a fatores históricos que já conhecemos. Esses fatores, como a concentração das lavouras de café, orientaram o surgimento da atividade industrial nessa região. Mas outro fator que também explica essa concentração espacial é a interdependência que se estabelece entre as várias empresas industriais. Por exemplo, a indústria automobilística está ligada às metalúrgicas, às indústrias de autopeças, de tintas, de vidros etc.
A concentração industrial também é acompanhada pela concentração das demais atividades econômicas e extra-econômicas. Assim, a indústria, o comércio e o sistema bancário e financeiro dependem uns dos outros. Por outro lado, a concentração das atividades econômicas gera um grande número de empregos, atraindo população de outras regiões e criando grandes centros populacionais, que necessitam de serviços, incluindo-se escolas, centros culturais e profissionais. Por isso, as grandes metrópoles são também os núcleos culturais mais desenvolvidos do país. 
A desconcentração industrial ocorreu a partir da década de 1970, motivada pelos desequilíbrios regionais que levaram o governo a adotar medidas como incentivos fiscais e programas para as áreas periféricas, surgindo, por exemplo, os pólos petroquímicos de Camaçari (BA) e de Canoas (RS).
Na década de 1980, a crise econômica gerada pelo alto preço do petróleo atingiu a área mais industrializada do país, a região metropolitana de São Paulo, inibindo a instalação de novas unidades industriais, com desvantagens como a organização sindical forte, assustando os empresários, e a saturação da infra-estrutura viária.

 
 
A concentração ocorre na Grande São Paulo com diversidade industrial, como podemos observar no mapa acima, e a desconcentração ocorre acompanhando as grandes rodovias. Na via Dutra, destaca-se São José dos Campos, entre outras, com indústrias aeroespacial e bélica. No Eixo Castelo Branco, destaca-se Sorocaba; no Eixo Anchieta – Imigrantes, sobretudo em Cubatão desenvolvem-se os ramos químico, petroquímico e siderúrgico; e no Eixo Bandeirantes, até as vias Anhangüera e Washington Luís, a agroindústria é a de destaque.
 


 
 
Quanto ao Espírito Santo, este estado é o menos industrializado do Sudeste, mas ali se desenvolvem os ramos metalúrgico, alimentício e o madeireiro. No Rio de Janeiro, a industrialização acompanhou a função portuária, beneficiando-se da condição histórica de conter a capital do país até a construção de Brasília. Atualmente, o forte é o setor petrolífero no norte Fluminense, na região de Macaé.
Quanto ao Estado de Minas Gerais, o ramo alimentício marca o Triângulo Mineiro (Araguari, Uberaba e Uberlândia) e o sul, com Poços de Caldas e Alfenas. O principal ramo é o metalúrgico, transformando o rio Doce no "Vale do Aço", devido ao complexo siderúrgico e às reservas de minerais metálicos. Mas, a cidade mineira mais famosa é Itajubá, com o segundo maior crescimento em PIB do país entre 1970 e 1996. O segredo está na associação educação-tecnologia, com universidades, mão-de-obra qualificada e indústrias com alta tecnologia, que produzem fibras ópticas, reatores, componentes eletrônicos e até helicópteros (Helibrás). Portanto, é o mais novo exemplo de tecnopolo.

Os "tecnopolos" são parques empresariais e científicos especializados no desenvolvimento da alta tecnologia e da chamada tecnologia de ponta (química fina, robótica, informática, eletrônica, raio laser etc.).

As regiões de Campinas (favorecida pela presença da Unicamp), de São José dos Campos (onde está localizado o Instituto Tecnológico da Aeronáutica – ITA) e São Carlos (que abriga a UFSCar e um campus da USP) são alguns dos centros industriais que ostentam a tecnologia mais avançada do país.

 

Nova Desconcentração

 
A partir da década de 1990, a nova desconcentração ganhou o apelido de "Guerra Fiscal" entre os Estados, pois as indústrias são disputadas entre os Estados, que oferecem terrenos e isenções. As indústrias que, por exemplo, deixam o Estado de São Paulo alegam que o processo de globalização exige custos finais mais baixos para ganhar competitividade, aproveitando as vantagens citadas, além da mão-de-obra mais barata e menos politizada. 
A região Sul, segunda em industrialização, estruturou-se nos ramos alimentício e têxtil, respectivamente, na Grande Porto Alegre (RS) e no eixo Joinville-Blumenau – Brusque (SC). Mas, crescem os ramos químico, metalúrgico e siderúrgico, sendo Florianópolis a vedete nacional com o maior crescimento do PIB, nos últimos anos.
A Região Norte está relacionada à Zona Franca de Manaus, enquanto no Centro-Oeste, a região menos industrializada cresce no ramo alimentício, sobretudo os frigoríficos e, atualmente, nos ramos mineral e de material elétrico. Essas regiões são prejudicadas pela deficiente rede de transporte e pelo mercado consumidor restrito.

Quanto ao Nordeste, a terceira região industrializada, a concentração ocorre na Zona da Mata ou Litoral Oriental, sobretudo na região Metropolitana de Salvador, com o pólo petroquímico de Camaçari, "alimentado" pela Refinaria Landulfo Alves, além do Distrito de Aratu, com siderurgia (Usiba); e a região Metropolitana de Recife, em Cabo e Paulista, com indústrias química, metalúrgica e de material elétrico.
 
 
 



A industrialização no Brasil

 A industrialização promoveu a integração do espaço nacional, pois haviam áreas relativamente independentes e sem integração umas com as outras e voltadas sobretudo para o mercado europeu. As áreas eram a cana da Zona da Mata, o tabaco de Salvador, o ouro de Minas Gerais, a borracha da Amazônia e o café do Sudeste.

No século XIX, a industrialização do país era fraca, em razão de vários fatores, como o domínio econômico da aristocracia rural agroexportadora e das relações escravagistas de trabalho. O escravo atrapalhava a industrialização, pois não participava do mercado consumidor, já que não recebia rendimentos, além do que não poderia ser demitido numa crise ou contratado numa fase de expansão. Observe, pela tabela a seguir, a "tímida" industrialização.
 

 
 
 A cafeicultura foi básica para a industrialização do país, pois foi com os capitais gerados pelas exportações do café que se adquiriram as primeiras máquinas para as indústrias. Os imigrantes, atraídos pelo café, também contribuíram para o processo ampliando o mercado interno de consumo, além de formar uma importante mão-de-obra operária para a indústria nascente. A cafeicultura desenvolveu o transporte ferroviário, sobretudo em São Paulo, direcionado ao porto de Santos, objetivando o mercado externo. Essa infra-estrutura também foi aproveitada pela indústria, que era caracterizada pelos setores de alimentação e têxtil.

A industrialização nacional começou com a indústria leve ou de bens de consumo não-duráveis, não ocorrendo a implantação de indústria de bens de produção, exigindo a importação de máquinas, aumentando a dependência tecnológica em relação aos países ricos. Essas indústrias exigiam baixo investimento de capital e atendiam às necessidades imediatas da população. Em suma, a nossa industrialização inicial ficou conhecida por tardia, pois os países centrais já estavam bem avançados, o que garantia a hegemonia mundial.
 
 

O Governo de Getúlio Vargas

 
A industrialização brasileira iniciou-se no século XIX, sem apoio do Estado, uma vez que não existia uma clara política estatal para o setor, apesar de em 1930, o Estado assumir a industrialização. Os fatores eram positivos, como o êxodo rural gerado pela crise na cafeicultura, aumentando a classe operária e o próprio mercado consumidor; a redução das importações, devido à crise mundial de 1929; a substituição dessas importações, devido à Segunda Guerra Mundial.
Junto a esses fatores, Getúlio Vargas adotou uma política nacionalista calcada num desenvolvimento autônomo com base industrial, fato exemplificado pela criação da Companhia Siderúrgica Nacional, da Companhia Vale do Rio Doce e da Petrobrás.



O Governo Juscelino Kubitschek

Este governo, de 1956 a 1961, adotou uma política desenvolvimentista, baseada numa maior intervenção do Estado na economia e no desenvolvimento industrial dependente de capitais e tecnologia estrangeiros. Nesse contexto, foi lançado o Plano de Metas. O plano foi marcado pela invasão de multinacionais e pelo desenvolvimento da infra-estrutura, notadamente rodovias e hidrelétricas, com capital estatal e a entrada do capital estrangeiro. Esse capital impulsionou as indústrias de bens de consumo duráveis, principalmente automóveis e eletrodomésticos, e aumentou o consumo dos derivados de petróleo.
Em suma, o Plano de Metas assentava-se num tripé: capital estrangeiro, capital nacional e a indústria de base, com preocupação quanto à expansão da rede de transportes rodoviários e à produção de energia hidrelétrica. 



O Milagre Econômico (1967-1973)

A partir de 1967, retomou-se o processo de desenvolvimento, graças à conjuntura favorável no plano internacional, que contava com um excesso de liquidez, ou seja, dólares à procura de aplicação. Aproveitando a situação, o ministro Delfim Netto lançou o plano de combate à inflação, assentado em duas bases: o endividamento externo para a obtenção da tecnologia estrangeira e a concentração da renda para criar um mercado consumidor. Esse plano garantiu um crescimento econômico, mas condenou o mercado a se desenvolver de uma forma distorcida, aumentando as desigualdades sociais.
Outro lado negativo foi a perda da soberania nacional, em razão da dominação da nossa economia pelas multinacionais. O país cresceu economicamente 10% ao ano (PIB) e transformou-se na oitava economia do mundo capitalista, mas ganhou vários problemas, como dívida externa (1964: 2,5 bilhões de dólares; 1978: 40 bilhões) e o título negativo de campeão das desigualdades sociais.
O "milagre" ocorreu no Regime Militar (1964-85), marcado pela grande influência do Estado tanto na regulação da economia como também na atitude econômica. Um bom exemplo industrial organizado pelo Estado foi a criação da Suframa, a Superintendência da Zona Franca de Manaus, em 1968, atrelada à Sudam. Ela vendia terrenos para as fábricas a preços simbólicos, com incentivos à exportação e à importação, bem como isenções de impostos, como o IPI e o ICMS.
 

O Pós-1985

A década de 1980 ficou conhecida como a década perdida e foi caracterizada pela recessão, inflação, retração da atividade industrial e desemprego, gerados por uma economia estagnada após o segundo choque do petróleo de 1979. Nesse contexto, vários setores da sociedade apontavam o fim do Regime Militar, como "saída" para a crise, mas os problemas continuaram (como a inflação elevada) com os governos civis no poder, fato que comprometeu a nossa industrialização.
A década de 1990 é marcada pela implementação do modelo político-econômico neoliberal na administração pública federal, onde surgem as ondas de privatizações de nossas estatais. Período em que há um processo de desregulamentação da economia por meio da flexibilização das leis trabalhistas, maior abertura do mercado nacional para produtos, capitais e serviços internacionais, além da redução de investimentos em setores sociais e criação de agências reguladoras.
A onda de desconcentração espacial das indústrias que já vinha sendo registrada desde a década de 1970 sofre um efeito catalisador a partir desse período, por meio da chamada Guerra Fiscal, em que cidades em vários pontos do Brasil oferecem incentivos, e até mesmo renúncias fiscais e financiamento do parque industrial de  empresas, no intuito de hospedar empreendimentos.

 

A industrialização no mundo

O que é industrialização?


Industrialização é um tipo processo histórico e social através do qual a indústria se torna o setor dominante de uma economia, esse processo é marcado pela modernização dos meios de produção que resultam no aumento da produtividade dos fatores e na geração de riqueza.

 
 

Mas como isso começou?

A Industrialização é um processo antigo na humanidade. Ainda na Idade Média, novas técnicas marcaram o avanço dos meios de produção e de produtividade, mas isso não significa que existiam indústrias, características do capitalismo, como conhecemos hoje. O mundo, as civilizações e as sociedades se industrializaram em etapas e ao longo das décadas da seguinte forma: Primeira, Segunda e Terceira Revolução Industrial.
 
 

As Revoluções Industriais

A Primeira Revolução Industrial começou na Inglaterra, no final do século XVIII início do século XIX, quando houve uma transição do feudalismo para o capitalismo. O processo de cercamento dos campos empurrou trabalhadores para as áreas que se urbanizavam através da produção industrial.
Os principais acontecimentos na Primeira Revolução Industrial foram a invenção da máquina a vapor movida a carvão mineral, que desenvolveu principalmente a indústria têxtil, e a locomotiva a vapor, favorecendo o transporte como fonte de distribuição de mercadorias



Já a Segunda Revolução Industrial ocorreu no final do século XIX e meados do século XX, nesse momento histórico a Inglaterra já não ocupava mais a posição de maior potência mundial, posto tomado por Alemanha e EUA, essa revolução ficou caracterizada pela consolidação do capitalismo, e por causa de inovações como o advento do petróleo e da eletricidade, que se tornaram elementos importantes para o desenvolvimento de tecnologias.




E a Terceira Revolução Industrial surgiu na década de 1970, nessa etapa o foco estava nas tecnologias. Nesse período houve grandes evoluções, na agricultura devido à mecanização que aumentou significativamente a oferta de alimentos no mundo, na medicina surgiram novas técnicas e tratamentos, na informática, na robotização industrial entre outros.


 
 

"A Quarta Revolução"

Se pensarmos nas etapas do processo de industrialização percebemos que não paramos na Terceira Revolução, pois o final da década de 90 foi marcado pela presença indispensável da informática (internet, chips, satélites, robôs e uma infinidade de avanços vividos nos últimos anos), que tornou o “mundo menor” e encurtou as distâncias, essa é o que muitos consideram a Quarta Revolução Industrial. Esse período seria marcado, então, pelo valor da informação, qualificação e pesquisa cientifica, fatores que agregam valores aos produtos.


Bem vindos ao blog!

Olá, criamos este blog para discutir e compartilhar conhecimentos sobre a geografia das indústrias. Fique a vontade para deixar seus comentários e sugestões. Boa leitura!
 
"A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original"
- Albert Einstein